Do tupi-guarani Perequê significa entrada de peixes, referindo-se ao Rio do Peixe que auxilia a formação do mangue e permite assim a entrada e saída dos peixes para reprodução e alimentação. É uma praia de 2.400m de extensão que abriga uma comunidade de pesca situada a leste da Ilha de Santo Amaro, Município de Guarujá, distante aproximadamente 13km do centro da cidade.
 

    Uma vila centenária, que na sua origem constituía uma fazenda, a qual passara por inúmeros donos, fazendo com que até hoje não exista registro legal de propriedade das terras, embora a família Sayão seja considerada como proprietária. Atualmente corre processo jurídico junto a Prefeitura do Município para regularização fundiária da vila.
 

 
 

    Inicialmente formada por Caiçaras, a Vila do Perequê era constituída de pequeno número de famílias provenientes de outras praias e ilhas do litoral paulista como Bertioga, Ilha Bela e Monte do Trigo. Os moradores viviam sem conexão com o restante da cidade e demais comunidades, sendo o acesso feito por trilhas abertas pelos moradores, pelas praias ou a barco. A rodovia Ariovaldo de Almeida Viana, mais conhecida como Estrada Guarujá/Bertioga foi a primeira via de acesso, construída apenas em 1957.
 

    A vila não contava com nenhuma infraestrutura, e também não havia comércio local. O sustento era garantido através de lenha, banana e peixes vendidos no centro da cidade e no mercado do Macuco em Santos. Havia ainda uma pequena usina de açúcar, uma olaria movida à tração animal, uma igrejinha e um Casarão, que não existem mais.
 

Moradores antigos contam que a praia do Perequê era um local de muita paz, águas limpas e região calma. Havia saraus onde “cantavam e tocavam violão e pandeiro durante a noite”, bailinhos e danças típicas. Faziam a festa da Folia de Reis e acompanhavam o trajeto dos tocadores em procissão, que vinham de outras praias do município. Infelizmente essas tradições estão, hoje, extintas.
 

 
 

Devido a enorme quantidade de peixes e camarões existentes no local, a vila começou a acolher pescadores do litoral norte de São Paulo, do Nordeste e Sul do país, mais especificamente Santa Catarina. Os “catarina” (como são chamados os pescadores provenientes de Santa Catarina) trouxeram para a vila a pesca de camarão e de rede, assim como a pesca voltada para o comércio, e foram os primeiros a chegar no local com barcos maiores.
 

Hoje o Perequê é uma das principais vilas pesqueiras da região, contando com aproximadamente 200 barcos e 150 pescadores vivendo da pesca artesanal. A praia é também referência na culinária especializada em peixes e frutos do mar da região.
 

 
 

Com o agravamento da pobreza e o desenvolvimento da modernidade, a vila foi crescendo e se descaracterizando. Os migrantes que chegavam ao local, incentivados por grileiros, invadiam terrenos incorporados à Mata Atlântica. As moradias, entre palafitas, casas de alvenaria, barracos de madeira e condomínios luxuosos que cercam a região, contam atualmente com aproximadamente 25000 habitantes.
 

Surge, atualmente, uma crescente luta para a despoluição do Rio do Peixe e conscientização da população e turistas contra o despejo de lixo no rio e na praia. Há alguns anos é feita a limpeza do rio com participação dos moradores e dos estudantes das escolas locais. Há também a preocupação da pesca consciente, para evitar a extinção das espécies da fauna local.
 

 
 

A praia do Perequê conta com pousadas, restaurantes, bancas de peixe, casas noturnas, entre outros atrativos para o turista. Há o fretamento de barcos para pesca e passeios; a tradicional festa de São Pedro com procissão de barcos e missa no calçadão e ainda a Copa Pé No Chão de futebol de areia que este ano teve sua 8ª edição realizada com sucesso e participação de times de toda a cidade.
 

Venha conhecer e se encantar com as belezas locais, desfrutar dos melhores pratos de peixes e frutos do mar da região e se divertir em inesquecíveis pescarias e passeios de barcos.
 

Tá nervoso? Vem Pescar!!!